
1) A maior parte dos Algesinos, lembra-se de ti como treinador de escalões mais velhos/pré-competição. O que te fez aceitar este desafio de coordenar o minibasket do clube?
Essa lembrança relativamente ao meu passado enquanto treinador no Sport Algés e Dafundo nos anos de 1998 a 2010, prende-se com o facto de as minhas duas últimas épocas terem sido realizadas junto de escalões de Sub-18 (pré-competição). Contudo, até chegar a esse patamar, fui durante durante 10 anos treinador de diferentes escalões da formação, quer masculino quer feminino e tendo inclusive durante esse período coordenado o Minibasket do clube durante 2 épocas.
Neste sentido e dado o meu passado no clube como jogador e treinador ligado à formação, não foi de todo difícil de aceitar com enorme satisfação este regresso a "casa".
Em termos práticos e de forma mais objetiva, a principal razão que me levou a aceitar este convite para voltar a coordenar o Minibasket do clube, foi por acreditar muito que este é um escalão nobre da nossa modalidade em que é fundamental que a prática desportiva dos nossos jovens atletas seja de qualidade e bem orientada, estimulando o gosto pela prática desportiva em si e pelo basquetebol em particular, pois só assim será possível criar bases sustentadas de desenvolvimento não só pessoal, mas também enquanto atletas e futuros jogadores.
Na minha modesta opinião, é fundamental que de uma forma transversal possamos dar um salto qualitativo nos nossos escalões de formação e para isso é muito importante que os escalões mais novos não sejam apenas para o treinadores/monitores em inicio de funções, mas também para que treinadores mais experientes possam vir dar um contributo, não só na formação de atletas, mas também na formação de jovens treinadores.
"Se queremos resultados diferentes no futuro, temos que começar a fazer coisas diferentes agora".
2) Como está a correr em termos pessoais e quais as expectativas quando aceitaste o desafio? Estão a ser superadas ou está a ser exatamente como esperado?
Em termos pessoais está a correr muito bem, acima de tudo porque estou novamente a fazer algo que me dá uma enorme satisfação ao trabalhar com jovens em fase de iniciação na modalidade e ter a oportunidade de através do processo de treino/jogo desenvolver não só as suas capacidades físicas/desportivas, mas também incutir-lhes valores e regras que os irão ajudar a moldar as suas personalidades. O treinador deve ser, acima de tudo, um educador, um formador de pessoas.
No que diz respeito às minhas expetativas, confesso que não esperava ser surpreendido, pois como referi anteriormente esta é uma realidade que conheço bem e que apesar de terem passado alguns anos, apercebo-me que as dinâmicas que envolvem o trabalho com estes escalões não são muito diferentes. Neste sentido posso afirmar que as minhas expectativas estão a ser exatamente aquilo que esperava, ou seja, se nós enquanto treinadores/monitores responsáveis pela orientação do processo ensino-aprendizagem entregarmos "esforço, trabalho, tempo e carinho" as estes miúdos eles devolvem-nos com esforço, empenho e dedicação!
3) Qual o objetivo do clube para o minibasket? Dentro desse objetivo, quais as maiores dificuldades?
De uma forma geral e em termos quantitativos, o objetivo principal do clube para o minibasket passa por conseguir alargar ao máximo a nossa base de recrutamento nestas idades iniciais do processo de formação (sub-8, sub-10 e sub-12) e partir dai melhorar cada vez mais em termos qualitativos a qualidade da nossa intervenção enquanto treinadores/monitores no decorrer do processo de formação dos nossos mini atletas.
Só assim, com mais atletas e com treinadores mais capacitados (com experiência e formação especifica), poderá ser possível cumprir a nossa ambição enquanto clube que é crescermos qualitativamente nos escalões de formação que se seguem ao minibasket e indo um pouco mais longe, conseguirmos "alimentar" em qualidade e quantidade as nossas equipas séniores.
O minibasket é sem dúvida o pilar estruturante onde terá que assentar o basquetebol do Sport Algés e Dafundo e neste sentido o clube e em particular a secção de basquetebol, encara o minibasket não só como uma escola de formação de atletas mas também como uma escola de formação de treinadores.
A principal dificuldade com que nos deparamos prende-se com a questão dos espaços de treino para todas as equipas, pois em virtude do tão desejado aumento de atletas torna-se por vezes bastante difícil conseguir dar uma boa resposta para que todos possam ter os seus espaços de treino de qualidade. Contudo, este é sem dúvida um bom problema que requere alguma imaginação da nossa parte para resolver e que temos conseguido ao longo de toda esta época minimizar ao máximo.