Nunca tive problemas em estar num meio onde a maioria é do sexo masculino, sempre fui respeitada pelos meus colegas de trabalho. Creio que ainda acontece algo que já não deveria acontecer (e chegou a ser uma situação que confrontei) que é evitar colocar treinadoras com equipas masculinas. A justificação dada tem a ver com o respeito e disciplina que os atletas do sexo masculino têm em relação a uma treinadora. Se assim for, deparamo-nos com um problema grave de educação. Creio que esta não seja uma boa justificação porque após uma porta que se fechou para mim por não haver equipas femininas, abriu-se outra precisamente para treinar uma equipa masculina noutro clube. Aceitei e correu tudo bem. Foi diferente não por ser uma mulher a treinar rapazes, mas sim pelas características da equipa, tal como acontece com todas as equipas, cada uma tem a sua identidade ou não seriam pessoas diferentes. A escolha de um treinador deve ser assente na capacidade profissional, sem o filtro de ser rapaz ou rapariga ou de treinar uma equipa masculina ou feminina. Tal como é natural ver um treinador numa equipa feminina, devia ser igualmente natural ver uma treinadora numa equipa masculina, independentemente do escalão.
Beatriz Filipe
Ser mulher no mundo masculino que é o Basket é um constante desafio. A persistência, ambição e resiliência têm de estar bem traçadas no nosso caminho.
Inês Costa
Num mundo rodeado de homens é cada vez mais é importante haver referências femininas. O desporto pode e deve ser um exemplo de integração e de afirmação da mulher. Cabe a todos fazer a diferença.
É uma luta constante , a desigualdade de género no desporto. Existem mulheres muito competentes no desporto , basta terem as mesmas oportunidades e condições que os homens.
Enquanto não mudarmos a mentalidade de que as mulheres têm menos competências que os homens, o desporto não evolui .
Vimos constantemente o Desporto Português dar mais condições ao desporto masculino do que o feminino. É irónico pois no que toca ao Basquetebol feminino tem de longe melhores prestações que o masculino.
Catarina Sacadura